quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Portugal: Sintra e Cascais


Day trip para Sintra

Sintra (reconhecida como patrimônio mundial pela UNESCO), fica a 30 minutos de Lisboa e devido a sua privilegiada localização na serra, antes de se tornar refúgio de verão da realeza, foi habitada primeiro pelos celtas e posteriormente pelos mouros, o que explica as maravilhosas construções por lá. Sintra é uma cidadezinha encantadora, cheia de florestas e jardins, conta com muita história e possui ruas agradáveis, com lojas de artesanato, padarias e restaurantes. Todo esse charme acabou inspirando Eça de Queiroz, que citou a cidade em um de seus famosos livros, Os Maias.




Em Sintra são muitas as opções para visitar, e um único dia não foi o suficiente, mas optei por um bate e volta por se tratar de uma cidade pequena e pela grande proximidade de Lisboa, mas realmente indico a quem pretende conhecer essa charmosa vila, pelo menos dois dias. Não sei como é a noite de lá, mas sei que tem bons lugares para se hospedar.

Após passear um pouco pelas ruas da cidade, seguimos para o parque da Pena, onde está localizado o famoso e colorido Palácio Nacional da Pena, o qual era um antigo mosteiro e fica localizado no topo da serra de Sintra. 



Construído pelo capricho do rei Fernando II, conta com expressões do romantismo português do século XIX e tem uma arquitetura de influência mourisca e manuelina.





O lugar serviu como residência de verão para a família real portuguesa e é muito bem preservado, dispondo de uma extravagante mistura de estilos na decoração no seu interior. Nos cômodos estão expostos objetos pessoais utilizados pela realeza, o que faz a gente voltar no tempo e imaginar a rotina dos nobres da época. Uma curiosidade é que o primeiro chuveiro do país foi instalado lá. 













O lugar além de interessantíssimo é realmente um espetáculo aos olhos, não só por sua construção, mas também pelos jardins e a linda vista lá de cima. O preço é de 9 euros para entrar no palácio e 5 euros apenas para os jardins e o parque.


Depois de conhecermos o Palácio da Pena fomos almoçar em um restaurante que estava incluso no pacote, mas infelizmente eu não anotei e também não lembro o nome. O ambiente era agradável e a comida era boa, e nos foi oferecido entrada, bebida, prato principal e sobremesa.






Após almoçarmos tivemos um tempo livre e fomos em direção a belíssima e misteriosa Quinta da Regaleira, no caminho entramos em um jardim muito agradável que tinha uma galeria de fotografias profissionais. Ao chegarmos na Quinta da Regaleira percebemos a imensidão do lugar, o que tornava impossível conhecer metade, devido ao limitado tempo que tínhamos, então optamos por não pagar a entrada e exploramos somente a área próxima. Este lugar é com certeza uma das minhas motivações para voltar a Sintra, pois ainda quero conhecer os seus jardins, lagos, torres, grutas, poços, passagens secretas e construções enigmáticas.



A última parada do dia em Sintra foi o Palácio Nacional que é também conhecido como Palácio da Vila e tem origem árabe. Foi moradia de reis desde o século 12 e é famoso por suas chaminés cônicas e brancas. Ele não sofreu muitas alterações desde o século 16 e o seu interior conta com a mistura dos estilos manuelino, mouro e árabe. O palácio tem muitos cômodos, são eles:
  • A sala Júlio César;

  • A sala das Galés;

  • O quarto de D. Sebastião;

  • O quarto prisão;

  • A capela Palatina;

  • A sala dos Árabes;

  • A sala das Pegas tem 136 pegas desenhadas no teto, diz a lenda que Dom João I as escolheu por estas aves simbolizarem mulheres fofoqueiras, numa alusão as Damas da corte portuguesa;

  • A sala dos Cisnes é a maior do palácio e tem o teto pintado com cisnes em homenagem ao casamento de D. Isabel;

  • sala dos Brasões ostenta um teto dourado com os brasões das 72 famílias nobres portuguesas e dos oito filhos de D. Manuel I. As paredes são revestidas dos famosos azulejos português;

  • A sala das Sereias;

  • Sala da Audiência;

  • A cozinha, onde estão as famosas chaminés.


O castelo dos Mouros, que foi construído por muçulmanos era um forte erguido no século IX. Fica localizado em uma montanha no meio de um bosque, e conta com ruínas bem preservadas. Dizem que a vista de lá é algo deslumbrante, dá para ver toda a vila, parques e até o oceano atlântico. Mas infelizmente fomos por pacote turístico e eles não nos levaram lá, também não teríamos tempo o suficiente. A entrada custa 5 euros.



Outros dois lugares que gostaria de ter conhecido é o Palácio de Monserrante, que é mais um que impressiona na arquitetura e o Palácio de Queluz, que é conhecido como o Versailles português.

As atrações de Sintra não acabam por aí, você também pode conhecer o museu de brinquedos, o palácio de Seteais e o convento dos Capuchos.

Além de conhecer os pontos turísticos da cidade, antes de partir para Cascais nós nos deliciamos na padaria Piriquita com o famoso travesseiro, que é uma massa doce folhada com recheio de ovos e amêndoas e a tradicional queijadinha.

Day trip Cascais

Chegamos a Cascais no final do dia, eu já estava tão cansada que por um segundo cogitei não descer do ônibus, por sorte essa ideia tola só durou mesmo um segundo, pois a cidade que é um balneário de verão a mais de um século, é bastante agradável e tem um lugar belíssimo conhecido como Boca do Inferno.





Tive pouco tempo em Cascais e não pude conhecer nada além da orla e a Boca do Inferno, mas para quem pretende ir tenho algumas sugestões:

  • Praia do Guincho, que fica um pouco distante do centro, mas dizem ser muito bonita;


  • O cabo da Roca, que é o ponto mais ocidental da Europa e oferece um pôr do sol incrível;


  • Casa da Guia, que pelo o que entendi é um shopping com estilo fofo;


  • O Museu Conde Castro Guimarães, é uma antiga mansão eclética do século XIX.

Curiosidade sobre o nome Boca do inferno

A cidade tem uma lenda que conta que existia um homem que praticava feitiçaria e tinha aspecto feroz, este homem vivia em um castelo localizado onde hoje é a Boca do Inferno, e um dia resolveu que queria se casar com a mulher mais bela da redondeza, consultando a sua lâmina descobriu onde encontra-la e mandou seus cavaleiros. Quando eles chegaram com a moça, ela era ainda mais linda que ele imaginava e para preservar o coração da bela ele por ciúmes a escondeu em uma torre muito alta, colocando como o guardião quem ele julgou ser mais fiel, mas um dia a curiosidade do guardião foi maior e ele resolveu subir e ver quem e como era aquela mulher e se surpreendeu com a tamanha beleza da prisioneira, e então passaram a se ver todos os dias e se apaixonaram. Um dia resolveram fugir em um cavalo branco pelos rochedos, sem lembrar que com o poder da magia o homem feroz sabia de tudo. O feiticeiro tomado pela raiva e pelo ciúme, fez cair uma grande tempestade que abria os rochedos por onde os amantes passavam como se fosse uma grande boca infernal, até faze-los cair e desaparecer na água para sempre. Com isso o buraco nunca se fechou e por isso o povo passou a chama-lo de Boca do Inferno.

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